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“Exótico” é um adjetivo usado para se referir a algo que venha de outros países e culturas. Assim, escalas exóticas são aquelas que se originaram na música folclórica de diversos povos e, aos poucos, foram sendo incorporadas na música ocidental erudita e popular. O campo pelo qual esse conceito se estende é muito vasto, já que, em todas as regiões do mundo, a música folclórica surgiu com estruturas melódicas próprias e diferentes entre si.
Portanto, uma pesquisa profunda sobre o assunto poderia catalogar dezenas de escalas. Para que você comece a explorar esse riquíssimo universo de sons, elaboramos uma matéria especial que abrange as principais escalas exóticas, com suas estruturas intervalares, digitações e exemplos. São elas: Hirajoshi (pentatônica de origem japonesa), hexafônica (escala de tons inteiros), cigana maior (Hitzazkiar), modo nordestino e octatônica (Zer Ef Kend).
HIRAJOSHI
A escala Hirajoshi é a principal estrutura na música tradicional japonesa. Ela é usada em melodias executadas em instrumentos como koto, shamisen e no canto. Por conter dois passos de semitom, é uma escala de cinco sons que difere das conhecidas pentatônicas maior e menor. Ela é utilizada em cinco modos diferentes (ver box sobre os modos da Hirajoshi), sendo que o mais importante é chamado de Hon Kumoi Shiouzhi, o qual possui a seguinte estrutura intervalar: F, 2m, 4J, 5J e 6m.
HARMONIAS COM A HIRAJOSHI
A harmonia da música japonesa utiliza os intervalos de 4J e 5J como base estrutural, diferentemente da harmonia ocidental, na qual os intervalos de 3M e 3m são decisivos. O riff do Ex. 6 explora essa característica, aproveitando também o fato de que a 4J e a 5J são inversões uma da outra.
HEXAFÔNICA
O compositor Claude Debussy ouviu pela primeira vez a música folclórica de Bali (uma das ilhas da Indonésia) na Feira Mundial de Paris, em 1889. Conta a história que ele teria ficado extremamente impressionado com diversos aspectos dessa música e incorporou-os em algumas de suas composições.
CIGANA MAIOR (HITZAZKIAR)
A escala cigana maior é encontrada na música folclórica de diversos países da Europa Oriental. Por isso, ela é também conhecida por outras denominações, como Hitzazkiar (nome turco), húngara ou napolitana. Apesar de não se encaixar no conceito de “estrutura simétrica”, por não dividir a oitava em partes iguais, essa escala possui um padrão simétrico bastante conhecido, chamado “palíndromo”.
MODO NORDESTINO
O modo nordestino é também conhecido pelos nomes lídio b7, mixolídio #4 ou overtone (este último, porque todas as notas dessa escala fazem parte da sequência da série harmônica de sua fundamental). A introdução dessa escala no Nordeste brasileiro se deve provavelmente à influência da música sacra modal naquela região, durante o período colonial. Por conta dessa influência, pode-se considerar o modo nordestino uma fusão de dois modos eclesiásticos: o lídio e o mixolídio.
OCTATÔNICA
A escala octatônica tem origem árabe e data do século 7. Seu nome original é Zer Ef Kend, que quer dizer “Colar de Pérolas” (uma metáfora que compara dois tipos de intervalos – tom e semitom – a dois tamanhos de pérolas). Na música popular, ela também é chamada de escala diminuta e ganha duas versões: dom-dim (dominante-diminuta) e dim-dom (diminuta-dominante).
ERRATA
O Ex. 16 da lição sobre escalas exóticas está incorreto na revista. Aqui está o exemplo certo. Pedimos desculpas a todos os leitores pelo erro!Escala exótica. pdf
Matéria completa na Revista Guitar Player 178/Fevereiro de 2011.Para adquirir seu exemplar clique aqui.
Fonte Guitar Player.
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