Origem
Também conhecido como modos 
gregorianos ou modos eclesiásticos, eles não possuem muitas referências 
históricas. Platão propunha o uso de 6 modos e Aristoxenus utilizava 15 modos (5 
principais e 10 colaterais). Acredita-se que o sistema modal tenha sido 
organizado pelo papa Gregório I, ele utilizava 8 modos: 4 autênticos (Lídio, 
Dório, Frígio e Mixolìdeo) e 4 Plagais (Hipodórico, Hipolídio, Hipofrígio e 
Hipomizolídeo).
No sistema contemporâneo são 7 
modos: Jônio, Dório, Frígio, Lídio, Mixolìdeo, Eólio e Lócrio.
Aplicação
Os Modos gregos são utilizados 
na música popular contemporânea, na improvisação, na formação de acordes. Ao 
contrário do que se aprende inicialmente em teoria musical, com os modos gregos 
não mais fazemos uso de uma única escala/tonalidade para a música e sim um modo 
particular para cada acorde. Jazzistas costumam pensar na música por acordes 
(assim como na Bossa Nova), o que permite uma maior desenvoltura na 
improvisação, eles costumam empregar varias escalas e modos em apenas uma 
música.
Finalidade
A finalidade dos Modos Gregos é 
dar uma maior desenvoltura tanto na composição como na improvisação. Eles nos 
permitem explorar ao máximo as possibilidades de escalas de cada acorde dando 
assim uma ampla liberdade de criação.
Como Pensar em 
Acordes?
Em gêneros como Jazz e bossa 
Nova, a harmonia é sempre bastante complexa: cadências, acordes de função 
secundária e ternária, modulações, empréstimo modal, etc. A música dá voltas e 
mais voltas por tonalidades até que se retorne ao tom original finalizando a 
música. É fator primordial que o músico saiba os caminhos da música ou a 
escala/tonalidade equivalente a armadura de clave da música se tornará 
insuficiente e às vezes errada em determinados trechos da musica. 
Para isso existe a analise 
harmônica e analise melódica (costumo generalizar tudo simplesmente como analise 
harmônica), esta analise trata-se de uma investigação apurada da origem de um 
acorde na partitura, nesta investigação deve-se considerar as notas do acorde, 
melodia do compasso pertencente ao acorde na partitura e armadura de clave. A 
somatória das notas encontradas deverá direcioná-lo a uma escala qualquer ( 
maior diatônica, menor harmônica, menor melódica, pentatônica, enfim) e está 
será a escala do acorde analisado. 
É algo trabalhoso e que exige 
certo conhecimento em harmonia, porém todo este trabalho permite que você possa 
tocar sem medo de errar.
Nome dos 
Modos
Eles (nomes) dão a localização 
do acorde dentro de um campo harmônico. Os modos nada mais são que uma escala 
diatônica maior iniciada de uma nota que não seja a tônica e compreendendo uma 
oitava. A escala tradicional maior se chama Jônio, pois compreende a oitava de C 
(dó) à C. Se fizermos a mesma coisa na escala diatônia de C maior, porém a 
partir da nota D (ré) à D (D-E-F-G-A-B-C-D), este será o Modo Dório, de E (mi) à 
E é o Modo Frígio e daí por diante temos os sete modos:
Exemplo da Escala Diatônica de 
C maior
Jônio 
C-D-E-F-G-A-B-C
Dório 
D-E-F-G-A-B-C-D
Frígio 
E-F-G-A-B-C-D-E
Lídio 
F-G-A-B-C-D-E-F
Mixolídeo 
G-A-B-C-D-E-F-G
Eólio 
A-B-C-D-E-F-G-A
Lócrio 
B-C-D-E-F-G-A-B
Para que servem esses nomes?
Esta é uma maneira prática de se economizar tempo, ir 
direto ao ponto. Observe:
C - Am - D - G -C
No campo harmônico de C Maior, 
não existe o acorde de D Maior pelo fato de a nota F não ser # (sustenida). Há 
sim, o acorde de Dm (Ré menor). Então, de onde vem este D Maior?
Este D Maior vem dá escala do 
G, D maior é 5° grau de G (Sol). Pois bem, caso você queira improvisar, se 
utilizar a escala C maior irá ter problemas se coincidentemente você tocar uma 
nota F(fá) em cima do acorde maior de D. Uma alternativa seria esclarecer que o 
D Maior é da escala de G. Mas como?
( ) D dá escala de G
( ) Dominante de G
(x) Nenhuma das alternativas 
acima
Resposta: Simplesmente D 
Mixolídeo
Sabendo que é Mixolídeo logo se 
sabe que é 5° grau da escala a ser utilizada.
Parece bobeira, mas este D 
Maior do exemplo poderia ser Jônio (Primeiro grau da escala, isso depende da 
melodia empregada pelo compositor), se você encontrar uma nota C# no compasso 
equivalente a este acorde de D Maior, este será um indício do uso da escala de D 
Maior ( D-E-F#-G-A-B-C#), sempre faça a analise antes.
Nomenclaturas como 5° grau da 
escala de G, 3° grau da escala de A, podem tornar difícil o raciocínio em 
harmonias como esta:
C – Am – D – G – 
F#m – C#m – G – A – C – Dm – Em - Em 
Analise: 
C = Jônio
Am = Eólio
D = Mixolídeo
G = Mixolídeo 
F#m = Frígio
C#m = Frígio 
G = Mixolídeo
A = Mixolídeo
C = Jônio
Dm = Dório
Em = Frígio
Em = Frígio
Observe os modos utilizados em 
cada acorde, eles indicam a posição do acorde em determinada escala, (esta foi 
uma harmonia criada meio que aleatória, me desculpe caso a utilização dos modos 
na improvisação fique meio estranha), agora, imagine ter que memorizar da outra 
forma as escalas: C tônica de C maior, Am 6° de C maior, D 5° de G, F#m 3° grau 
D... eu sempre anoto na partitura em cima dos acordes pra facilitar. Escrevendo 
simplesmente o nome dos modos a partitura não fica aquela bagunça, além de ser 
uma linguagem utilizada por grande parte dos músicos.
Truques & Dicas
Uma das etapas mais importantes 
na composição e na improvisação é a seleção de notas, os modos gregos contribuem 
de maneira devastadora neste aspecto, mas um truque ou uma dica principalmente 
pra quem é autodidata é ficar atentos às notas que devem ser evitadas.
Aprendemos que num acorde temos 
notas de repouso, mas também é bom sabermos das notas que devemos usar com 
cautela ou até mesmo evitá-las às vezes. Acompanhe o raciocínio:
Num D dório a escala é a 
seguinte: D-E-F-G-A-B-C-D. Esta escala deve ser utilizada sobre um acorde que 
seja 2° grau da escala, no caso: Dm, mas além dos repousos devemos evitar certos 
intervalos. Cluster, são os intervalos de segunda menor, seria o mesmo que 
simultaneamente em duas guitarras fossem tocadas as notas E em uma guitarra e na 
outra guitarra F ( que fica depois do E), a sonoridade produzida não é nada 
agradável. Isso deve ser evitado em relação aos acordes, devemos tomar cuidado 
com 3ª maiores e 7ª menores. No exemplo que dei, o Dm dório, ele pode vir 
acompanhado de uma 7ª menosr Dm7, esta 7ª seria a nota C que pode produzir 
cluster quando tocada juntamente com a nota B. Portanto eu particularmente 
costumo tocar o modo dório sem o 6° grau dele que seria a nota B ficando então: 
D-F-E-A-C-D. No modo Jônio costumo evitar a 4ª (fá) pois a terça de C (mi) é 
maior: C-D-E-G-A-B-C. Não necessariamente se deve seguir esta regra, é uma 
opinião minha.
Um estudo interessante a se 
fazer é utilizar um playback onde os instrumentos tocam apenas um acorde por 
longo tempo e tentar desenvolver frases em cima disso. Cada acorde pode possuir 
até 3 modos: Dm pode ser Dório (escala de C), Frígio (escala de Bb) e Eólio 
(escala de F); neste playback você poderá analisar a sonoridade de cada um dos 
modos e quando a analise da música lhe permitir mais de uma escala, você poderá 
optar pela sonoridade que melhor lhe cativa ou tem melhor caimento na 
improvisação.
Conclusão
Espero ter auxiliado na 
compreensão dos modos gregos, tentei deixar a explicação a mais clara possível. 
Recomendo que busquem mais sobre modos gregos, aliás, os chamados modos gregos 
autênticos, que foram estes sobre os quais escrevi. Existem também os modos 
gregos sintéticos. 


 



 
0 comentários:
Postar um comentário